'Ao vivo': genial poesia punk
Agora atendendo por Oneide Dee Diedrich, o ex-vocalista dos curitibanos Pelebrói Não Sei, confirma seu talento com sua nova banda, Diedrich e os Marlenes (com ex-integrantes da lendária banda Beijo AA Força), no disco lançado pelo projeto "A Grande Garagem Que Grava". O disco, gravado ao vivo traz onze canções/poesias com a verve criativa de Oneide, um dos mais importantes poetas da nova geração do rock brasileiro. Batizado ‘Ao Vivo’, o álbum foi gravado em 15 de dezembro do ano passado.
O primeiro disco do Pelebrói Não Sei, 'Positivamente Mórbido', lançado em 2000, e um dos clássicos do rock independente desta década, já mostrava a criatividade do músico. Nele, está a canção 'Céu sem Cor', letra digna dos melhores poetas brasileiros de todas as gerações, entre outros textos que diferenciavam a banda das demais. Nos discos seguintes, até o final da banda, anunciada recentemente, Oneide manteve o nível de sua poesia, além de transformar-se em um dos "frontman" mais interessantes do rock nacional.
Agora, em nova fase de sua carreira, ele envereda por novos caminhos sonoros e poéticos, sem abandonar a ironia, o despojamento e a estética "punk". 'Ao Vivo' traz novas pérolas, candidatas a "hits" da cena independente, com destaque para 'Dos Amores Mais Vendidos', uma genial e divertida canção sobre o amor, escrita e, no disco, cantada em parceria com Giovanni Caruso, ex-Faichecleres. Outras preciosidades são 'Assassino', 'Beber-te' (mais um clássico anunciado!) e 'Equação Absurda', para citar algumas, todas com o senso poético e o espírito "psycho-analista" de Oneide.
Os Marlenes são Rodrigo Genaro (bateria), Luiz Ferreira (guitarra e vocais) e Renato Quege (baixo e vocais), todos músicos excepcionais, que enriquecem as canções com um instrumental perfeito e vocais adicionais. 'Ao Vivo' é um belo disco para ajudar a afirmar definitivamente a cena/mercado independente que, como diz Oneide, lá pelas tantas do disco/show, “sem poesia, não dá”. E, melhor ainda, quando se trata de bela e verdadeira poesia (... digna de Noel Guarany ...).
Fernando Rosa é editor de Senhor F
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