No século XIX, mais precisamente entre 1845 e 1849, uma peste dizimou as plantações da Irlanda. Principal alimento do país, a batata sumiu dos lares irlandeses, culminando no período mais catastrófico da história da nação.
A Grande Fome, como ficou conhecida a tragédia, matou milhares de pessoas e outras milhares foram forçadas a emigrar.
Thousands are sailing
Across the western ocean
To a land of opportunity
That some of them will never see.
Milhares navegam
Cruzando o Atlântico
Para uma terra de oportunidades
Que muitos jamais verão.
[Thousands are sailing (Phil Chevron) – Pogues]
A população de mais de oito milhões caiu para menos da metade. A “diáspora” gaélica espalhou os excêntricos moradores da mítica ilha pelo mundo afora, principalmente Inglaterra, Estados Unidos e Austrália. Cidades como Liverpool, Nova York e Sidney, principais destinos dos navios abarrotados de retirantes, tornaram-se a nova casa daqueles que conseguiram fugir da miséria que irremediavelmente assolou a terra dos espirituosos bardos e poetas.
Liverpool – um século depois da grande fuga
Lennon, MacCartney e Harrison, ilustres descendentes, nasciam em meio à Segunda Guerra Mundial. Consta que apenas Starkey não carregava sangue irlandês nas veias; mas, sem dúvida, foi contaminado.
Mas o que tudo isso tem a ver com o Rock?
A música e a poesia, assim como a cerveja e o gosto pela anedota, são os maiores combustíveis da alma de um irlandês. Assim, durante a colonização da América, a música e os instrumentos irlandeses também emigraram, transformando-se no Folk Americano que, ao deparar-se com o Blues, trouxe ao mundo o Rock and Roll.
E como o Folk e o Rock, perfeitamente amalgamados, traduzem-se na mais saborosa e criativa experiência da música pop de todos os tempos?
A pergunta nos leva diretamente à melhor banda irlandesa que já existiu:
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