segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Olhos para a chuva

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Choveu a noite toda como nunca

E eu fiquei tão feliz. Gosto da chuva,
Intermitente, oblíqua. A tudo junta
E alimenta o alface, o lírio e a uva.

Também os mortos levam uma ducha
E matam a imortal sede, que é muita,
Mesmo no frio da última espelunca.
Ainda bem, toda flor algum dia murcha,

E o que era esplendor, beleza e luz,
Rapidamente some e se soma ao húmus,
Que vai alimentar milhões de bocas.

Agora não são poucas essas gotas,
Que caem como dádivas da vida,
Com toda emoção da missão cumprida!


Antonio Thadeu Wojciechowski
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