sábado, 7 de fevereiro de 2009

Tim-tim à beira do abismo

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Vaga esta escuna, virgem verso
a não significar mais que o mastro.
Bem longe, afunda o ígneo astro,
sereias áureas rugem ao reverso.

Naveguemos, ó meus fraternos
Amigos! Eu, de vento em popa,
vocês, em festa, não dêem sopa
à onda que deriva dos infernos.

Minha loucura fala mais alto.
Sem medo do mar, tomo de assalto,
para fazer aos céus esta oferenda:

- Calmaria, recifes, constelações,
nada espero ao final da senda,
salvo o afã de nossos corações!

Mallarmé, por Thadeu W e Roberto Prado
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