Era um cara azarado, definitivamente um urubu devia ter pousado em seu destino, era do tipo que sempre pisava na merda, passarinhos lhe cagavam na cabeça, seu time estava sempre na zona de degola, jamais ganhou no jogo, nem par ou ímpar. Tinha o hábito de despetalar flores e sempre acabava em “mal me quer”, copa do mundo só assistia sozinho, em casa, a única final que assistiu em grupo foi a da copa da França 3 x 0 Brasil. Ganhou fama de pé-frio.
Apesar disso, a garota mais bonita da escola sempre lhe dera bola. Se comprava um sorvete, um doce, um salgadinho, chegava perto dele e “quer?”. Ele nunca acreditou que ela realmente nutria por ele algum sentimento especial. Ele, o azarado do pedaço, fadado à eterna solidão por causa da nuvem negra que carregava sobre sua cabeça. Um dia ela cansou e lhe disse que o esperaria em casa para aquela que seria sua primeira noite de amor. Deixaria a janela de seu quarto aberta e que ele não faltasse, pois seria para ela o céu despencando sobre sua cabeça. Ele pensou que ela estivesse lhe pregando uma peça mancomunada com a turma de sacanas lá da escola.
Por: Nelson Emerson (Rubinho)
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