segunda-feira, 18 de agosto de 2008

PRATO DO DIA

(Tião Carreiro e Geraldino)


Sobre as margens de uma estrada

Uma simples pensão existia

A comida era tipo caseira

E o frango caipira era o prato do dia

Proprietário homem de respeito

Ali trabalhava com sua família

Cozinheira era sua esposa

E a garçonete era uma das filhas

Foi chegando naquela pensão

Um viajante já fora de hora

Foi dizendo para a garçonete

Me traga um frango, vou jantar agora

Eu estou bastante atrasado

Terminando eu já vou embora

Ela então respondeu num sorriso:

Mamãe tá de pé pode crer não demora

Quando ela foi servir a mesa

Delicada e com muito bom jeito

Me desculpe mas trouxe uma franga,

Talvez não esteja cozida direito

O viajante foi lhe respondendo

Prá mim franga crua talvez eu aceito

Sendo uma igual a você

Seja qualquer hora também não rejeito

Foi saindo de cabeça baixa

Prá queixar ao seu pai a mocinha

Minha filha mate outra franga

Pode temperar, porém não cozinha

Vou levar essa franga na mesa

Se bem que comigo a coversa é curtinha

É a coisa que mais eu detesto

Ver homem barbado fazendo gracinha

Foi chegando o velho e dizendo

Vim trazer o pedido que fez

Quando o cara tentou recusar

Já se viu na mira de um schimitt inglês

O negócio foi limpar o prato

Quando o proprietário lhe disse cortês:

Nós estamos de portas abertas,

Pra servir à moda que pede o freguês
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