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André Rebouças, um negro freqüentador da Corte, filho de conselheiro e com um piano de cauda Pleyel em casa, pregava a pequena propriedade rural (15 a 20 hectares), admirava o homestead norte-americano e via como "complementos indispensáveis" à abolição a taxação de terras improdutivas, o registro de propriedades e o fim dos latifúndios. Era também um talento multidisciplinar. "Matemático e astrônomo, botânico e geólogo, industrial e moralista, higienista e filantropo, poeta e filósofo", na definição do amigo e correspondente Joaquim Nabuco. Proponente de demonstrações alternativas do teorema de Pitágoras, pioneiro de novos modelos de administração pública, mesmo assim o pouco que a memória nacional guarda se refere apenas ao Rebouças engenheiro.
Pior deve ter feito à sua memória o fato de ele ter sido ferrenho oponente da República e deixado o país no mesmo navio de D. Pedro 2º. Seus anos de exílio (ele não concordaria, diria apenas: "segui o Império") foram tomados por tentativas de restaurar o imperador destronado - mais um projeto frustrado. Por fim, suicidou-se aos 60 anos.
Ele batiza uma fundamental obra viária carioca, o túnel Rebouças - que, justificadamente, o celebra por, já em seu tempo, pensar o Rio de Janeiro atravessado por túneis.
Ao irmão, Antonio, também engenheiro, coube denominar a famosa Avenida Rebouças, em São Paulo.
E os dois juntos tem a rua Engenheiros Rebouças, em Curitiba, no bairro do... Rebouças!
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Um comentário:
Antes de um comentário, um testemunho de indignação.
Enquanto Rio de Janeiro, São paulo e Paraná - onde Antonio foi responsável pela magnífica obra da estrada de ferro que liga Curitiba ao Porto de Paranaguá, obra que deslumbra gentes de toda parte - homenageiam de maneira justa os irmãos Rebouças, o seu torrão natal, a pobre Bahia os esqueceu totalmente. Não há um só monumento, uma mera placa sequer, que desperte nos jovens o orgulho por esses dois filhos mui dignos daquela terra. Outros são os "heróis" que têm avenidas, viadutos, pontes, etc. com seus nomes. Lastimável.
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