Reparem na câmera sempre grudada nas costas de Mickey Rourke. É o sinal de que vamos sempre durante todo o filme acompanhar a vida desse homem. Derrotado pela vida, em vertiginosa decadência, humilhado sem conseguir entrar no próprio trailler onde mora por estar com o aluguel atrasado, zuado pelo gerente do super-mercado onde trabalha, apaixonado por uma stripper, implorando pra beber uma cerveja com ela, jogando game com um garotinho da vizinhança e desprezado pela filha, Randy é um personagem tão fudido que me fez lembrar imediatamente do maravilhoso "Cidade das Ilusões" de John Huston onde um Stacy Keach tão decadente quanto Rourke tenta uma volta aos ringues de boxe. O filme também guarda similaridades com outro filme estrelado por Rourke no final dos 80 que é o irregular, mas ainda assim pungente "Homeboy". Todos esses filmes perseguem os tais chutados do sonho americano, o tipo de personagem que a qualquer momento pode começar o monólogo de Marlon Brando em "Sindicato dos Ladrões" ("Eu podia ter sido grande..."). "O Lutador" é um grande filme, emocionante sem forçar a barra, inteligentemente dirigido e brilhantemente interpretado por dois grandes atores (Rourke e Marisa Tomei).
Sempre fui fã de Mickey Rourke desde que o vi em "Rumble Fish" (pra mim, o melhor filme de Coppola, até melhor que qualquer "Poderoso Chefão" ou "Apocalipse Now" que também acho sublimes, é claro). Rourke foi um dos ídolos da minha juventude. Depois acompanhei a sua carreira em ótimos filmes como "O Ano do Dragão", "Barfly", e no genial e ignorado "Bullet" de Julian Temple (só pra citar três que gosto muito). Foi chato ver o cara se afundar em operações plásticas desastrosas e em alguns filmes constrangedores ("Orquídea Selvagem" e "Nove Semanas e meia de amor 2" são vexatórios). Achei digno pra caralho o lance dele resolver suas diferenças no ringue na história que ele achava mal resolvida com o boxe, mas parece que o preço foi alto. O cara ficou mesmo desfigurado. Comecei a sacar que o cara ia voltar com tudo quando o vi na micro, porém genial participação em "A promessa" de Sean Penn (que é fã confesso do cara) e depois em um pequeno momento no filme "Domino" onde ele conversa com o amigo no quarto. São pequenos momentos de um grande ator. Sua performance em "Sin City" não foi uma surpresa pra quem sempre respeitou o trabalho do cara. "O Lutador" é só o atestado de que estamos diante de um dos maiores atores do cinema por mais que tenha sido subestimado pela crítica ao longo de sua carreira. Bom ver o cara de novo.
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Sempre fui fã de Mickey Rourke desde que o vi em "Rumble Fish" (pra mim, o melhor filme de Coppola, até melhor que qualquer "Poderoso Chefão" ou "Apocalipse Now" que também acho sublimes, é claro). Rourke foi um dos ídolos da minha juventude. Depois acompanhei a sua carreira em ótimos filmes como "O Ano do Dragão", "Barfly", e no genial e ignorado "Bullet" de Julian Temple (só pra citar três que gosto muito). Foi chato ver o cara se afundar em operações plásticas desastrosas e em alguns filmes constrangedores ("Orquídea Selvagem" e "Nove Semanas e meia de amor 2" são vexatórios). Achei digno pra caralho o lance dele resolver suas diferenças no ringue na história que ele achava mal resolvida com o boxe, mas parece que o preço foi alto. O cara ficou mesmo desfigurado. Comecei a sacar que o cara ia voltar com tudo quando o vi na micro, porém genial participação em "A promessa" de Sean Penn (que é fã confesso do cara) e depois em um pequeno momento no filme "Domino" onde ele conversa com o amigo no quarto. São pequenos momentos de um grande ator. Sua performance em "Sin City" não foi uma surpresa pra quem sempre respeitou o trabalho do cara. "O Lutador" é só o atestado de que estamos diante de um dos maiores atores do cinema por mais que tenha sido subestimado pela crítica ao longo de sua carreira. Bom ver o cara de novo.
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Blog do Bortolotto: http://atirenodramaturgo.zip.net/
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