um homem extremamente nervoso
encontrou no bar um homem muito calmo
simpático, o calmo foi generoso
e cedeu-lhe um lugar ao seu lado
o nervoso contou a sua vida
com detalhes inimagináveis
entre um e outro gole de bebida
o calmo bebeu doses incontáveis
os dois, abraçados, já cantavam
quando surgiu um terceiro no balcão
tentou falar, mas eles não se acalmavam
tentou brigar, mas veio outra canção
***
o alegre recebeu o triste
certa tarde em seu casebre
o triste pouca coisa disse
o alegre usou de formas breves
ficaram amigos dessa forma
o triste silenciou a amargura
o alegre usou a ternura como norma
entre os dois, a mesa e a noite escura
amanheceu, acabou a noite, o vinho
e, sozinho, ficou o alegre à mesa
enquanto o triste saía sem destino
sem nenhum resquício de tristeza
encontrou no bar um homem muito calmo
simpático, o calmo foi generoso
e cedeu-lhe um lugar ao seu lado
o nervoso contou a sua vida
com detalhes inimagináveis
entre um e outro gole de bebida
o calmo bebeu doses incontáveis
os dois, abraçados, já cantavam
quando surgiu um terceiro no balcão
tentou falar, mas eles não se acalmavam
tentou brigar, mas veio outra canção
***
o alegre recebeu o triste
certa tarde em seu casebre
o triste pouca coisa disse
o alegre usou de formas breves
ficaram amigos dessa forma
o triste silenciou a amargura
o alegre usou a ternura como norma
entre os dois, a mesa e a noite escura
amanheceu, acabou a noite, o vinho
e, sozinho, ficou o alegre à mesa
enquanto o triste saía sem destino
sem nenhum resquício de tristeza
* – Livro de poemas, de Marcos Prado (1962-1997), poeta, curitibano, letrista, jornalista, ator de teatro, agitador cultural, parceiro de um sem número de produtores culturais.
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