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Sexta-feira, 15 de Agosto de 2008
Estou livre de vocês
Das minhas misérias, conheço o conteúdo,
A língua mordida por não ter falado tudo,
O silêncio mortal depois do desabafo maldito.
Dói mais engolir o ódio que deixar o dito
Solto entre os dentes prontos pra estraçalhar?
Minha poesia direta vai sempre na jugular,
Não pela violência que me contamina,
Mas pela necessidade de me salvar na rima.
Dedos que me apontam e me julgam, ai de vocês,
Meu eu está até o pescoço, mas não foi desta vez.
Vocês ainda não me deram corda suficiente,
E nem acreditam que o poeta também é gente.
Se sou só nervos e coração em boca fechada,
melhor rir desses versos que não servem para nada!
Comedor de Ranho
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