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E O CARNAVAL NÃO SE ACABOU
Dia 2 de fevereiro de 2008, entre 6 e 7 da noite, tudo certo para meu segundo carnaval na avenida Cândido de Abreu. O bloco Rancho das Flores é formado pelo pessoal da terceira idade apoiado pela F.A.S. e administrado pela Fundação Cultural . Olha só a banda: Rodrigão é o puxador, eu harmonizo no cavaco, Walmor Góes na Guitarra solando com over drive, o baixista é o Glauco Solter, sax é com o “seu“ Cordeiro, um dos músicos a mais tempo em atividade no Estado do Paraná, acima de tudo um grande artista, no trombone Carlos Rocha, no trompete Aureliano, caixa de guerra Luciano Vassao e Lirou no surdão. Não fosse carnaval seria uma banda de rock. E não é que essa turma deu conta do recado? No final das contas os velhinhos estavam até cantando o samba e olha que era um samba cheio de sétimas e diminutas.
Acompanharam da pista minha mulher, Lilian, que fotografou tudo de frente pro crime, minha mãe, Dona Josyra, que se divertiu bastante e minha filhinha Lana, com 4 aninhos foi o xodó da avenida ... sabe como é... lindinha, fez o maior sucesso e foi muito fotografada.
O samba pegou de jeito o pessoal e todo mundo quer mais, valeu a animação dos foliões da terceira idade, valeu a organização, a pontualidade e o empenho do pessoal da FCC que não mediu esforços para o sucesso do desfile, valeram as fantasias do Áldice Lopes que ficou devendo os chapéus de Crocodilos dândis prometidos para a banda, mas em compensação fez um super estandarte com o título do samba “Esta Cidade É De Todo Mundo”, bem o espírito do carnaval de Curitiba que começou este ano com o desfile das bichas, sapatas e simpatizantes do bloco DiverCidade, passou pela terceira idade e foi em frente com as escolas de samba que não dispõem de alas super populosas, mas que são animadas e guerreiras, afinal, estão por aqui há muito tempo, o suficiente para suportar até projetos de lei para acabar com o carnaval de rua na cidade.
Talvez o carnaval de Curitiba esteja ainda procurando sua verdadeira vocação, mas enquanto conseguir fazer desfiles animados, organizados, simples e bonitos, estará no caminho certo.
Domingo de carnaval na Gazeta do Povo, o Cid Destefani fez uma homenagem ao carnaval com fotos da rua XV em 1907, 1911, 1912, 1925 e 1939 , quando multidões se acotovelavam para conferir os desfiles, antes das facilidades em se locomover até o litoral e o calçadão ainda não existia. A última foto é de um bloco saindo este ano do Distinto Cavalheiro, um bar de 40 metros quadrados, simpático, pequenino mas animadino, não é a cara do nosso carnaval? De 1907 pra cá muita água rolou e ainda vai rolar – garrafa cheia eu não quero ver sobrar – eu passo a mão no saca-saca-saca-rolha...
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