sexta-feira, 18 de abril de 2008
DOMINGÃO!
PALÍNDROMOS - COLETÂNEA 01
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"OLÁ! FORA PATETA!
RARO RODO SÓ PARA TI.
FARÁ TAL ATO
TAL A TARA?
FITAR, APÓS ODOR,
ORAR ATÉ TAPAR O FALO."
"SÓ TIRAM AOS SOCOS.
NÓS ÉRAMOS ÓTIMOS.
SOMOS SÓ MITOS.
O MAR E SONS OCOS
SOAM A RITOS"
"SAGA DA EMÉRITA
SÓ ACESSO FÓSSIL
ISSO FOSSE CAOS
ATIRE-ME ADAGAS"
"ATÉ LÁ VACILO BATE
MEL ARROTA FÔLEGO DO GELO
FATOR RALÉ
METABÓLICA VALETA"
“O CÍNICO”
"À DROGARIA IA
COMA O SAGU, RELAXE.
LOGO SE VÊ LOAS SÁDICAS;
ÁCIDAS, SÃO LEVES.
O GOL? EXALE RUGAS.
O AMO CAI À IRA GORDA."
"SER AVÔ MASSA,
MÍSERO DO MÊS SIAMÊS.
NÓS SOMOS SONS EM AIS
SEM ODORES, ÍMÃS, SAMOVARES".
"ARRETADO, PORÉM, RALO.
SE DESATA NA GRAMA, ÉS MARIPOSA.
SÓ PIRAM SE AMARGA NATA SE DESOLAR.
MERO PÓ DA TERRA."
"SAIAM! SAIAS!
SAIBAS E ANOTA-O
ASSIM, ATÉ VAGAM
SEM A META:
A DIVA IDEM.
ALÔ, VATE!
ADI PELA MACA.
E DE FATO ROLA
A MÁ FAMA:
A LOROTA FEDE.
A CAMA LÉPIDA
É TÁVOLA.
MÉDIA VIDA A TEM,
À MESMA GAVETA,
MISSÃO ÁTONA E
SÁBIAS SAIAS MAIAS."
VEXAME!
quinta-feira, 17 de abril de 2008
ROLETA RUSSA
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REPETECO (A PEDIDOS)
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NÃO ESTOU ME ENTENDENDO NADA
Somos fadados a falar mais com muito menos
O silêncio nunca aconteceu comigo
Abelhas africanas zumbem atraídas por barulho
Enquanto um pombo caga por toda a casa
Aumentando muito muito o buraco da minha camada de neurônios
O amanhã não disponibilizará qualquer informação sobre o futuro
VERSÃO BRASILEIRA
EU NÃO QUERO CRESCER
(VERSÃO: CARLOS CAREQA)
Quando eu tiver mentindo pra você
Eu não quero crescer
Nada que me lembre a ter que votar
Eu não quero crescer
Como você sai deste mundo fedorento
Que sempre te trata como um animal
Cachorro vive melhor que muita gente
O preço é alto para ser adulto
Eu não quero crescer
Não quero encontrar nenhum caminho
Eu não quero crescer
As pessoas vão virando coisas
Que elas não querem ser
O importante é viver o agora
Eu vou destruir a minha TV
Eu não quero crescer
Joguei fora minha farmacinha
Eu não quero crescer
Não quero ser mais um careca
Não quero ser mais um inseguro
Não quero ser um bom escoteiro
Nem quero ter conta em banco
Eu não quero contar dinheiro
Eu não quero crescer
Quando eu vejo meus pais brigarem
Eu não quero crescer
Eles bebem a noite inteira
Eu não quero crescer
Eu fico bem aqui no quarto
Não vou fazer o vestibular
Eu não quero nenhum mausoléu
Na consolação
Quando eu assisto o jornal nacional
Eu não quero crescer
Fazer a barba e apertar a gravata
Eu não quero crescer
Ficar perdido na cidade natal
Aposentar-se e perder a razão
Eu não quero nenhuma doação
Correndo atrás de um lugar ao sol
Pra ter um filho e ser um vovô
Casar de novo ou ser um vereador
É muito chata a vida de um doutor
Eu não quero crescer
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Thomas Alan Waits
I DON’T WANNA GROW UP
(Tom Waits/K. Brennan)
When I'm lyin' in my bed at night
I don't wanna grow up
Nothin' ever seems to turn out right
I don't wanna grow up
How do you move in a world of fog
That's always changing things
Makes me wish that I could be a dog
When I see the price that you pay
I don't wanna grow up
I don't ever wanna be that way
I don't wanna grow up
Seems like folks turn into things
That they'd never want
The only thing to live for
Is today
I'm gonna put a hole in my TV set
I don't wanna grow up
Open up the medicine chest
And I don't wanna grow up
I don't wnna have to shout it out
I don't want my hair to fall out
I don't wanna be filled with doubt
I don't wanna be a good boy scout
I don't wanna have to learn to count
I don't wanna have the biggest amount
I don't wanna grow up
Well when I see my parents fight
I don't wanna grow up
They all go out and drinking all night
And I don't wanna grow up
I'd rather stay here in my room
Nothin' out there but sad and gloom
I don't wanna live in a big old Tomb
On Grand Street
When I see the 5 o'clock news
I don't wanna grow up
Comb their hair and shine their shoes
I don't wanna grow up
Stay around in my old hometown
I don't wanna put no money down
I don't wanna get me a big old loan
Work them fingers to the bone
I don't wanna float a broom
Fall in and get married then boom
How the hell did I get here so soon
I don't wanna grow up
O NOSSO AMIGO CAREQA, O MENESTREL
Careqa verte Waits para CD que sai por seu selo
Cantor e compositor de Santa Catarina, Carlos Careqa é fã de Tom Waits a tal ponto que fez versões para o português de músicas do autor americano. As versões podem ser ouvidas no álbum À Espera de Tom, editado esta semana pelo selo B.E.D., do próprio compositor. No todo, Careqa procurou ser fiel ao conteúdo essencial dos versos originais de Waits, mas nem sempre fez traduções literais. As referências americanas foram trocadas por citações brasileiras. Eis as 14 versões do álbum, com seus respectivos títulos originais:
1. E Tudo Fica Azul (The World Is Green)
2. Eu e meu Cachorro Louco (Rain Dogs)
3. Garota de Garulhos (Jersey Girls)
4. Guaraná Jesus (Chocolate Jesus)
5. Num Trem do Metrô (Downtown Train)
6. Inocente Quando Sonha (Innocent When You Dream)
7. Boa Noite Matilda (Tom Traubert's Blues)
8. Tempo Time (Time)
9. Tentação (Temptation)
10. Pro meu Rubi (Ruby's Arms)
11. Soldado até o Fim (Soldiers Things)
12. Não Baixe a Cabeça Assim (Hang Down your Head)
13. Eu Não Quero Crescer
(I Don't Wanna Grow Up)
14. Qualquer Lugar que Eu me Encostar (Anywhere I Lay my Head)
quarta-feira, 16 de abril de 2008
CATAPUM !!!
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tudo isso iria acabar
não foi por falta de aviso
foi pouca e boa a companhia
vou beber em outra fonte antes de secar
não deixarei rastro do novo esconderijo
mesmo o melhor comentário não adiantaria
não temos mais nada a declarar
chegamos finalmente ao dia do juízo
Sérgio Viralobos, Edílson Del Grossi e Chico Capetão
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MALOCA ANIMAL
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REDIVIVO
terça-feira, 15 de abril de 2008
++ FOTOS (FESTA DOS DEZ MIL)
apocalypse now or never
SOM SEM ACORDO
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Com minha primeira insônia
Desde então tenho tímpanos tremidos
Dedos que não resistem a um batuque
E um contraponto no lugar do coração
Os ritmos abusaram da minha língua
Tamborins me fizeram de gato e sapato
Melodia dispensará sentido
Beethoven anteviu a jovem guarda
Ouvido absoluto surdo
João Donato e Sérgio Viralobos
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do éter ao pó
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os anjos mais medonhos
também têm suas asinhas
temperamentos esquentados
matam a sangue frio
espíritos gelados
põem mais corda no pavio
ao ardor dos ardis
sucumbe a nossa sina
no fim, vermes escarnecem
no fino ofício da canificina
Chico Cardoso
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