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Muita vez, por não ter o que fazer, marujos
Pegam um albatroz, nômade ave marinha,
Que traz um pouco de alegria aos ditos cujos
e ao navio que, sobre abismos, quebra a rotina.
Nem bem o põem no chão, sobre as tábuas molhadas,
O rei do azul do céu, sem graça e desengonçado,
Deixa cair suas asas que, imobilizadas,
São arrastadas tal muletas ao seu lado.
Que figura! Como um palhaço interagindo,
A ave divina fica muito cômica... Ei-la!
Um a aborrece pondo em seu bico um cachimbo;
Outro, por imitar um manco que coxeia!
Sou poeta, sou como esse príncipe do ar,
Que enfrenta a tempestade e ri da flecha a voar,
Mas com os pés no chão, em meio à plebe rude,
Também quis abrir asas e voar, mas não pude!
Charles Baudelaire
Livre adaptação de Antonio Thadeu Wojciechowski
Pegam um albatroz, nômade ave marinha,
Que traz um pouco de alegria aos ditos cujos
e ao navio que, sobre abismos, quebra a rotina.
Nem bem o põem no chão, sobre as tábuas molhadas,
O rei do azul do céu, sem graça e desengonçado,
Deixa cair suas asas que, imobilizadas,
São arrastadas tal muletas ao seu lado.
Que figura! Como um palhaço interagindo,
A ave divina fica muito cômica... Ei-la!
Um a aborrece pondo em seu bico um cachimbo;
Outro, por imitar um manco que coxeia!
Sou poeta, sou como esse príncipe do ar,
Que enfrenta a tempestade e ri da flecha a voar,
Mas com os pés no chão, em meio à plebe rude,
Também quis abrir asas e voar, mas não pude!
Charles Baudelaire
Livre adaptação de Antonio Thadeu Wojciechowski
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