sexta-feira, 19 de outubro de 2007

EMÍLIO DE MENEZES


MESMICE

Quisera eu pôr nestes quatorze versos
Um leve, fino, alegre comentário
A algum novo e notável caso diário,
Entre os casos urbanos mais diversos.

Percorro dos jornais o noticiário,
Leio artigos e tópicos dispersos,
A pedidos satânicos, perversos,
Desastres, crimes, contos do vigário.

Nada encontro que inspire à alegre musa
Uma nota satírica e atrevida
Que nos nervos um frêmito produz.

É sempre a mesma coisa repetida:
Luza o sol, venha a noite, o sol reluza,
Como, o banal, se reproduz a vida!

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