segunda-feira, 26 de novembro de 2007

E ASSIM FALOU ROBERTO PRADO, O BECO.

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Uma dupla de matar a mãe do guarda

Edson de Vulcanis: assombroso talento









Marcos Prado: o ritmo da sutileza

É fato: Marcos Prado e Edson de Vulcanis escreveram juntos alguns dos mais belos poemas do orbe oval que os meus pés tocam. Para você ver e comprovar, selecionei algumas gemas da dupla, pura delícia, para deleite das boas almas.


ação entre amigos
vamos à churrascada de empalamento do padre estuprador, meu amor
vamos ao coquetel de linchamento do rubem fonseca, meu amor
eu já matei o escritor, matei inês
antes que talhasse o sangue do freguês


bercinho boiando no rio grande do sul
o farofeiro feio brilhava à beira de um luau
ouvindo solos de clarineta de seu pai
atocaiando jacarés e fazendo onda no mar de merda


o bêbado saldável
quando eu morri
meu pai tinha três anos
o saldo da minha alma está em retalhos
e o meu corpo em liquidação
sou vítima de uma bala perdida do antônio bivar
não sei se sou eu ou ele que não está nem aí
o pior é que atirou desmunhecando


descarregadores de cadáveres
homens, mulheres, crianças, velhos, cães e gatos maltrapilhos
aqui o cheiro das flores podres empesteia o ambiente
bagos no arame farpado arranco
fugindo do haroldo de campos


(Poemas de Marcos Prado e Edson de Vulcanis)

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