~~~~ Charles Baudelaire, o autor das Flores do Mal, era do bem. Para comprovar, veja uma das duas traduções que eu e meus parceiros fizemos, já publicada no livro Os catalépticos e que inspirou um belíssimo e corajoso estudo do professor Édison Costa (na revista Letras, da UFPR) comparando as nossas versões do velho Bode com as dos poetas simbolistas.
O VINHO DOS AMANTES
indo belo lindo um dia todo sim
é proibido proibir que tenha fim
bebo o vinho mel, divino néctar,
o céu ainda por cima parece concordar
um par de arcanjos, que figuras!
ambos puros artífices das alturas
eu e a taça, vinhetas da paisagem
o vinho volta à uva, eu, à miragem
no embalo dos tragos a terra gira
mecanismos de um turbilhão inteligente
que tudo ouve vê e só delira
o paraíso já era aqui e paralelamente
em outro entramos agora como um só
ic! epa! ops! rum...rum...ã? ó!
(Charles Baudelaire – versão brasileira de Roberto Prado, Marcos Prado e Antônio Thadeu Wojciechowski)
Docilmente raptado do blog do
Roberto Prado, o Beco.
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