sábado, 27 de outubro de 2007

OS CORVOS - PRIMEIROS VERSOS

~~~~


Once upon a midnight dreary, while I pondered weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.
`'Tis some visitor,' I muttered, `tapping at my chamber door –
Only this, and nothing more.'





~~



Tradução de Machado de Assis

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."






Tradução de Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."




Livre adaptação de
Roberto Prado, Marcos Prado,
Antonio Thadeu Wojciechowski e Edilson Del Grossi

Num dia desses,
no exato minuto do último instante,
eu, bêbado como sempre,
num sonho de escriba extravagante,
delirava às vezes demais.






~~~~

Nenhum comentário: