quarta-feira, 21 de novembro de 2007

CARLOS CAREQA, O MENESTREL

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Não Sou Filho de Ninguém

Hoje eu tirei o dia para pesquisar
O meu passado histórico
A minha árvore familiar
Saber de quem eu sou filho
Se eu tenho um sobrenome a zelar
Berço de ouro ou manjedoura de palha
O nome do pai ajuda ou atrapalha?

Posso ser filho de Chitãozinho e Xororó
Ou de Gilberto Gil
Será que o Lula conheceu
Nesse Brasil

Alguém que me pariu
Alguém que me pariu
Dizem que um olho parecido sempre sai
Posso chamar Chico Buarque de papai

Será mamãe a Zizi Possi
Será o Reginaldo Rossi
Quem me leva pra escola
Quem me leva pra praia
Se chamarem meu pai
Será que vai lacraia?

Também sou filho de Deus
Mas não sei com qual das Sheilas
Ou do Abílio Diniz com a Leila

Cansei de procurar não tem DNA
Que localize a minha origem
Acho que sou filho da puta com pai virgem

E pensando bem
Eu tô bem assim
Eu não sou filho de ninguém
Ninguém é filho de mim

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