quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

DIEDRICH E OS MARLENES – versão do guitarrista

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Trabalho no Estudio Chefatura e junto com meu sócio Rodrigão inventamos o projeto A Grande Garagem Que Grava, para produzir CDs de bandas legais sem o compromisso de venderem a alma para o diabo.

Quando estávamos selecionando as bandas para a segunda edição do projeto atendi uma ligação do Oneide. Estava meio perdido, com voz de quem acabou de sair de um porta-malas dizendo que o “Pelebrói? Não Sei” havia acabado e que ele estava por aí vagando, procurando idéias, cheio de músicas novas e perdido nesse mundinho underground que nós conhecemos bem .

No final da tarde fomos tocar em Paranaguá e na volta viemos conversando eu, Renato Quege e Rodrigão: estava faltando uma banda pra fechar o projeto, tivemos a idéia de montar uma banda de apoio pro Oneide, pois ele tinha composto algumas canções que poderiam ser boas e para o projeto seria interessante unir os currículos de ex-Beijo AA Força como eu e Renato ao do ex-band leader do Pelebrói? O Renato seria o baixista. O Rodrigo não queria tocar em mais uma banda naquele momento, só fará uma participação matadora (o nome da música, inclusive é “ Assassino”) .

Cheguei na Chefa (Estudio Chefatura) às 2 da manhã de uma sexta-feira silenciosa e liguei pro Oneide e expliquei a idéia, na bucha. Foi uma sacanagem, dias mais tarde a mulher dele me falou que ele nem conseguiu dormir mais, deve ter sido um dia duro, com vistosas olheiras pro rapaz. Naquele dia eu dormi até um pouco mais tarde.

O próximo passo foi trazer o Oneide e gravar 10 canções de sua lavra que ainda não tinham registro. O resultado é a base do repertório de Diedrich e Os Marlenes, que traduzimos em baladas viscerais de amor e morte, colorizadas por pinceladas de realismo fantástico e às vezes puro delírio fantasmagórico do Diedrich, um experiente menestrel, apesar de sua relativa pouca idade.

Baterista disponível nesta cidade é sempre um problema, costumo dizer que existe por aqui 3 violinistas para cada baterista bom. A solução foi chamar Rodrigo Genaro, que estava por perto, tocando comigo no Maxixe Machine. Bom músico, produtor competente e principalmente, amigo velho. Uma ótima escolha.

Precisávamos fazer os ensaios, o nome da banda o Oneide já tinha escolhido, como estava decretado que ele seria o band leader, ninguém contestou. As músicas foram tomando uma forma pop no sentido miscigenado da palavra, ou seja: pitadas de folk, punk, ska, Raul, Sérgio Sampaio, Elvis, Paraguai e Porto Alegre, resultando um rock and roll de uma densidade tal que eu ainda não sei se vai agradar a audiência, mas tem agradado muito a nós que tocamos e nos divertimos de verdade. Pra mim isso é o mais importante e acho que para meus colegas de banda também.


Luiz Ferreira – Guitarrista d´Os Marlenes
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