segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"A Day at The Races" 2008 (Um Dia Nas Corridas)!

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Domingão (7/12/08), fim de tarde ensolarado e fresco, peguei a família e lá fomos nós para uma tarde de turfe assistir às corridas do Grande Prêmio Paraná 2008 no hipódromo do Tarumâ, aqui na cidade de Curitiba, onde vivo.
Eu não era propriamente um iniciante no assunto “corridas de cavalos”, afinal já havia presenciado o espetáculo no ano anterior e não era o inocente, puro e besta, que havia apostado em meu debut, num cavalo que mancava quando andava, pois não sabia, por exemplo, que havia uma apresentação formal dos cavalos, o que facilitava muito a tarefa de escolher o alazão que representaria minhas esperanças de reaver o dinheiro que havia deixado no guichê (R$2,00 pra ser bem exato).
Lembro que naquela ocasião, noutro erro, eu apostei num daqueles pôneis malhados que os índios americanos usam no cinema, e todo mundo sabe que cavalo malhado de índio em cinema americano que se preze são sempre alcançados ou nunca alcançavam as suas vítimas. Mais uma que aprendi, não colocar minhas fichas em cavalos malhados.
Descobri também que há outras formas de se fazer uma aposta do que somente pela observação atenta do nome dos cavalos, que por sinal são ótimos (“Mequetref”, “Polaca Linda” ou “Rosbife”), pois o turfe não é bem um jogo de azar, é uma ciência inexata, e dentre as muitas sutilezas do jogo saber se corre com a língua amarrada ou com antolhos faz diferença. E muita.
No intervalo entre uma prova e outra, na fila do guichê das apostas, dá pra se ouvir fragmentos de relatos trági-cômicos da vida de cada um, a estória de um pai que havia desembestado, pois havia perdido tudo no jogo, separou-se da mulher, largou tudo e se casou com a mocinha, caixa de apostas do jóquei e agora vivia feliz (longe da jogatina) com outros dois filhos; ou a de um figura que atendia pela alcunha de Grilo, que por causa de um treinador que lhe assoprou na fila de apostas o nome de Scotch, jogou 100 pratas no uísque paraguaio e perdeu…é só ficar atento.
Embaixo do estádio, atrás dos guichês de apostas, num ambiente esfumaçado e cheio de televisores, ficam os figuras estranhas, os jogadores profissionais, os viciados em corridas e os cronistas esportivos como se tivessem saído de uma Curitiba imaginária onde se misturam crianças, pôneis, poules, ternos, chapéus e cerveja. Provavelmente eles, os habituês, acham aquela invasão e aquele movimento todo um saco. Um senhor, bem tiozinho polaco curitibano, com as maiores costeletas que já vi, passou por mim com cara de entediado.
Eu, um ano depois, já me achando um macaco velho, não resisti à tentação de usar a velha técnica de jogar em um corcel com um nome vistoso, e fui seco em “Olho Clínico”, que espantosamente venceu, retornando para meus cofres toda a mufunfa gasta no périplo (R$9,00) e ainda deu pra comprar pipoca pra Carmela.
No meu "Day At The Races", lembrei dos homônimos: o disco do Queen (um dos bons) e o filme antigo dos Irmãos Marx (um clássico). Que tal uma vasculhada na rede?
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Por: Rodrigo Barros
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