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Leia matéria de Paulo Sampaio, publicada na Folha de São Paulo, sobre a surrealista confusão envolvendo dois dos nossos maiores poetas mortos:
Álvares de Azevedo está a cara de Fagundes Varela na estátua que os alunos da Faculdade de Direito da USP levaram em maio da praça da República para o largo São Francisco. A polêmica sobre a verdadeira identidade da estátua das arcadas tem mais de meio século e envolve professores, ex-alunos e historiadores.Azevedo chegou inclusive a passar um tempo como Fagundes Varela em uma praça do Pacaembu. A controvérsia é confirmada pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.Azevedo, Varela e Castro Alves, os três poetas e ex-alunos de direito no largo, foram homenageados com seus nomes nas arcadas da faculdade, mas só o primeiro ganhou estátua.Olhando bem a obra, realmente os cabelos de Álvares parecem muito revoltos, quando na verdade ele os mantinha num corte comportado. Além disso, ele cultivava um bigodinho que entrega a diferença."A crônica da estátua é antiga. Fala-se até que a encomenda ao artista plástico [Amedeo Zani] teria sido uma "estudantada", como os alunos chamam as brincadeiras que costumam promover com personagens importantes. Assim, o artista atendeu o pedido de esculpir um Azevedo, tomando como modelo a figura de Varela", diverte-se o advogado Miguel Matos, do site jurídico "Migalhas", que reacendeu a polêmica Azevedo Varela quando os alunos "roubaram" a estátua da praça para instalá-la no largo São Francisco."De fato a estátua sempre esteve envolta em uma confusão de imagens, que pode muito bem ter nascido de uma boataria", acredita o professor Goffredo da Silva Telles Júnior, que deu aulas na faculdade durante 45 anos.Silva Telles diz isso não exatamente com base nas figuras dos dois, mas nos temperamentos absolutamente distintos deles."Não há como confundi-los. O Álvares era um rapaz tímido, recatado, enquanto o Varela sempre foi boêmio, dado a aventuras, todo mundo sabe. É Álvares de Azevedo e acabou-se", decide, rindo, o professor Silva Telles.Carlos Madia de Souza, dirigente da Associação dos ex-Alunos da Faculdade do largo São Francisco, é a esperança de um ponto final na controvérsia.Diz ele que, sim, Varela vai ganhar sua própria estátua --do mesmo jeito que Castro Alves, o terceiro homenageado na arcada da faculdade."Pretendemos erguer bustos para os dois, assim que tivermos recursos. É um antigo projeto", explica.Madia afirma que o personagem retratado "parece alguém de fato mais velho que Álvares [morto aos 20 anos]". "Quando tivermos o dinheiro para encomendar o próximo busto, a gente decide se será um novo Fagundes, ou mais um Azevedo."
Álvares de Azevedo está a cara de Fagundes Varela na estátua que os alunos da Faculdade de Direito da USP levaram em maio da praça da República para o largo São Francisco. A polêmica sobre a verdadeira identidade da estátua das arcadas tem mais de meio século e envolve professores, ex-alunos e historiadores.Azevedo chegou inclusive a passar um tempo como Fagundes Varela em uma praça do Pacaembu. A controvérsia é confirmada pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.Azevedo, Varela e Castro Alves, os três poetas e ex-alunos de direito no largo, foram homenageados com seus nomes nas arcadas da faculdade, mas só o primeiro ganhou estátua.Olhando bem a obra, realmente os cabelos de Álvares parecem muito revoltos, quando na verdade ele os mantinha num corte comportado. Além disso, ele cultivava um bigodinho que entrega a diferença."A crônica da estátua é antiga. Fala-se até que a encomenda ao artista plástico [Amedeo Zani] teria sido uma "estudantada", como os alunos chamam as brincadeiras que costumam promover com personagens importantes. Assim, o artista atendeu o pedido de esculpir um Azevedo, tomando como modelo a figura de Varela", diverte-se o advogado Miguel Matos, do site jurídico "Migalhas", que reacendeu a polêmica Azevedo Varela quando os alunos "roubaram" a estátua da praça para instalá-la no largo São Francisco."De fato a estátua sempre esteve envolta em uma confusão de imagens, que pode muito bem ter nascido de uma boataria", acredita o professor Goffredo da Silva Telles Júnior, que deu aulas na faculdade durante 45 anos.Silva Telles diz isso não exatamente com base nas figuras dos dois, mas nos temperamentos absolutamente distintos deles."Não há como confundi-los. O Álvares era um rapaz tímido, recatado, enquanto o Varela sempre foi boêmio, dado a aventuras, todo mundo sabe. É Álvares de Azevedo e acabou-se", decide, rindo, o professor Silva Telles.Carlos Madia de Souza, dirigente da Associação dos ex-Alunos da Faculdade do largo São Francisco, é a esperança de um ponto final na controvérsia.Diz ele que, sim, Varela vai ganhar sua própria estátua --do mesmo jeito que Castro Alves, o terceiro homenageado na arcada da faculdade."Pretendemos erguer bustos para os dois, assim que tivermos recursos. É um antigo projeto", explica.Madia afirma que o personagem retratado "parece alguém de fato mais velho que Álvares [morto aos 20 anos]". "Quando tivermos o dinheiro para encomendar o próximo busto, a gente decide se será um novo Fagundes, ou mais um Azevedo."
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