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a impertinência das ondas
palavras dispersas
na praia
a espuma
perdida para sempre
a voz recorrente dos sinos
na hora mais do que certa
o metro que rege
a vertigem do alto
espaço a se percorrer
as perguntas
tantas
são chaves
a súmula deste discurso
convulso
nem tão compreensível
são apenas seixos
irrecuperáveis fragmentos
que bastam em si
retrato despercebido
deste momento algo raro
que mesmo a perfeita frase
sequer jamais
compreende
Do livro Passagens,
Antologia de Poetas Contemporâneos
do Paraná, Imprensa Oficial,
Coleção Brasil Diferente, 2002.
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