quarta-feira, 30 de abril de 2008

POEMA 44

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Tapão nas costas

odeio trazer alguém de volta
se deixo lá é pra ficar lá mesmo
não adianta bater na porta

fazer um favor me amarfanha o cenho
gratidão, então, é uma operação plástica
dar a mão é como se perdesse um membro

não pense que tenho recheio de máquina
é que o amor afeta meu desempenho
e a solidariedade não é lá muito prática

fora isso, sou um homem bem bom
existe coisa mais bela que natureza morta ?
a vida fica melhor num desenho

sou sensível a tudo que não me toca


Sérgio Viralobos e Plinio Gonzaga
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