Rodrigo Barros Homem Del Rei escreveu:

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A Melhor Torcida Alemã do Mundo

Dia desses me lembrei dum primo que gosto muito e veio junto a lembrança de uma conversa quando ele me falou sobre uma torcida de um time pequeno do campeonato regional alemão (uma espécie de terceira divisão), 'que cantava o tempo todo' , dizia entusiasmado. Anos se passaram e resolvi escarafunchar mais a tal torcida cantante do St Pauli, nome do tal time desconhecido e obscuro.

O humor e o caráter Cult do clube já aparecem no próprio lema do clube 'Não estabelecido desde 1910' perfeito para um time de futebol que não segue a cartilha do previsível mundo do rude esporte bretão. Definitivamente o Saint Pauli não é um clube normal. No machista meio futebolístico, qual clube poderia ter um presidente gay se não o St Pauli? O ator Cornelius Littmann, o popular Corny.

Das muitas coisas que descobri sobre essa torcida foi que a vocação para tal cantoria era o resultado da mistura dos tipos que habitam a região do cais das docas do bairro boêmio de St Pauli, onde os Beatles tocavam nos anos 60 , agora reduto alternativo e área mais divertida de Hamburgo, a cidade mais animada da Alemanha e onde está sediado o estádio, o Millerntor, rodeado de bares freqüentados por marinheiros, prostitutas, estivadores anarquistas, jovens operários e famílias. Dizem, que até o goleiro do Saint Pauli veio destas ocupações.

A ligação com a equipe no campo musical pode ser identificada com as dezenas de canções compostas em homenagem ao Saint Pauli. Impossível numerar todas as citações, inclusive na cena brasileira, onde músicos usam a famosa caveira do clube em seus concertos. Na Alemanha, St. Pauli só não fatura mais com venda de camisetas e merchandising do que o todo-poderoso Bayern de Munique. Ampliado, o Millerntor, que há apenas 15 anos atrás recebia uns modestos 3 mil espectadores, já recebe 24 mil fãs.

Primeiro clube a banir a extrema-direita de seu estádio, trouxe para suas fileiras nas arquibancadas muitos membros da comunidade envolvida com o rock e o punk dos anos 80. A maior parte dos torcedores da arquibancada atrás de um dos gols tem dreadlocks, tatuagens ou cabelos coloridos. Uma torcida feliz, com suas bandeiras que têm um crânio e dois ossos cruzados, como a bandeira dos piratas dos sete mares, e que é usada como símbolo cult por jovens estudantes, ativistas vegetarianos, músicos, produtores de shows e artistas.

Mas nem tudo é festa. Jogando desde 2006 na segunda divisão da Bundesliga, as brigas já começam a acontecer em partidas em que 'o mais querido da Alemanha' enfrenta os times do antigo lado da Alemanha Oriental, e que contam entre suas torcidas com facções neonazistas.


Para ver e se refestelar com a torcida do St Pauli... siga estes caminhos...

http://www.youtube.com/watch?v=zHLWclMs_Pw

http://www.youtube.com/watch?v=1A2r8vsEnko&feature=related
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