quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Poeta do Sumô

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Há alguns dias, em uma conversa com o poeta curitibano Thadeu Wojciechowski, surgiu o nome do poeta japonês Nabuto Almada, morto em 2007 e que era, segundo o tradutor e poeta, um aficionado do Sumô. Nabuto Almada em sua curta obra escreveu sobre a milenar luta de competição japonesa, e durante a infância e juventude assistia fascinado aos embates no Ginásio Nacional de Sumô, na cidade de Ryogoku. Minha curiosidade me levou direto ao mundo do sumô. O esporte tem regras simples. Dois atletas competem num ringue circular de chão de barro e palha de arroz, o dohyō, e o primeiro a tocar o chão com qualquer parte do corpo exceto os pés ou pisar fora do ringue perde a luta. Perde também a luta o lutador que aplicar algum golpe baixo ou proibido. As lutas são muito rápidas e emocionantes, algumas decididas no primeiro golpe. As mais demoradas dificilmente chegam a 15 segundos, embora existam relatos de lutas com duração de quase 1 minuto, e que levam a torcida à loucura. Para demonstrar que a luta é feita de "mãos limpas", o lutador de Sumô usa apenas uma faixa de tecido grosso que é enrolado em volta da cintura do lutador e serve tanto para proteger as partes íntimas quanto para ser agarrada para efetuar golpes, o mawashi, a tal tanga. No sumô não existem categorias, havendo somente restrição de altura. Contam que um famoso lutador só conseguiu ingressar no sumô porque na época em que lhe foi medida a altura, usava um enorme topete que foi o suficiente para dar-lhe os centímetros que faltavam. Mais que uma luta de gordões japoneses de tanga, o sumô é um esporte profissional que envolve muita grana e seus lutadores são verdadeiros ídolos para os japoneses. Alguns continuam fazendo sucesso mesmo depois da aposentadoria. Um exemplo disso é Konishiki, um havaiano carismático, que após se afastar do Sumô acabou virando apresentador de um programa infantil e garoto-propaganda de comerciais de TV. Nabuto sempre muito magro e franzino queria ser lutador de Sumô, mas foi mesmo o poeta do esporte.

Por Rodrigo Barros Homem Del Rei
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