quarta-feira, 14 de maio de 2008

RABO DE GALO

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O costume de se misturar bebidas em coquetéis surgiu na Europa, em meados do século passado, quando os vinhos de Bordéus eram usados para compor um tipo de ponche e os vermutes de Piedmont ajudavam a suavizar os rudes gins fabricados na época. De acordo com um curioso livro publicado na Inglaterra em 1870, que louvava os "benefícios trazidos aos bares ingleses pela convivência com a França ", as bebidas misturadas eram chamadas de cobler, cooler, crusta, cup, daisy, fix, flip, negus, nog, sangaree, sling, smash, rickey posset, e ... cocktail (coquetel). Para este último, a receita específica do livro era : uma colher (de sopa) de bitters, duas doses de gim, meia de xarope de gengibre e meia de curaçau, tudo misturado e servido em copos com as bordas úmidas de suco de limão. O mesmo livro, contudo, reconhecia que a arte dos coquetéis já havia chegado aos EUA. Foram os americanos, na verdade, que consagraram os coquetéis, transformando-os em uma espécie de mania nacional durante a década de 20 (no início da era do jazz) e até a Segunda Guerra Mundial. Mesmo durante os tempos da Lei Seca, eles conseguiram sobreviver como uma maneira de disfarçar o terrível sabor das bebidas fabricadas ilegalmente.


Já a origem da palavra cocktail (em português, rabo de galo) é um caso à parte, onde coexistem várias teorias tão fascinantes quanto improváveis ... Para o connaisseur inglês John Doxat, a palavra foi criada pelo lendário escritor e bom vivant londrino Dr. Johnson. Este teria comprado a "pecaminosa" mistura de vinhos com destilados fortes aos cavalos de sangue misturado, sem raça definida, que, no interior da Inglaterra, tinham seus rabos cortados (em inglês, cocked tails). Outra teoria afirma que, na Guerra da Independência americana, a taberneira Betsy Flanagan, viúva de um soldado revolucionário, teria roubado as penas do rabo de um galo do inimigo para decorar os drinques que servia em seu bar. Outas histórias relacionam a palavra cocktail à tradição das brigas de galo: as penas dos rabos das aves seriam usadas para mexer os coquetéis dos apostadores desse esporte na rigião do Mississipi, ou dos marinheiros ingleses a serviço no Golfo do México. Mas há ainda quem conte as glórias de um drinque preparado e batizado por uma linda garota mexicana chamada Coctel; uma explicação bastante oportuna, já que a tequila está na moda ...

Quase todos os coquetéis são feitos com uma bebida-base, geralmente um destilado forte (como o gim, a vodka, etc) ao qual se adicionam outros ingredientes para obter o sabor desejado. O sabor da bebida-base deve predominar num coquetel e, por isso mesmo, ela deve participar com, pelo menos 50% da mistura.
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