terça-feira, 18 de novembro de 2008

Jurandyr Czaczkes

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NASAL SENSUAL


Nariz, ai, meu nariz,

Como falam mal deste nasal que é tão normal,

Ouço diariamente muita gente infeliz,

Dizer que ele é maior do que a miséria do país,

E que ele é maior ainda que o Pelé,

Dizem até que é maior que o busto da Lolô,

Maior ainda que o sorriso do Nonô.



Nariz, ai, meu nariz,

Vende-se este apêndice ou então se dá de graça,

Pedúnculo antiestético, grosseira massa,

Que nada tem de belo ou de poético,

E é uma desgraça o dito cujo narigão,

Ao qual só há uma solução, que é drástica,

Preciso urgentemente de uma plástica.



Perdão, Senhor, perdão,

Perdão pra tal narigão que é a sensação mais atual,

Porque se ele caísse um dia ao chão, que dramalhão,

Causaria a hecatombe universal.



Nariz, ai, meu nariz,

Ria o mundo imundo, não faz mal, eu sou feliz,

Não sabem o porquê desta felicidade,

A minha personalidade está neste nariz,

Que além de lindo, é um romântico sensual,

Pois toda vez que beija a namorada, idolatrada,

Quem chega na vanguarda é o meu nasal,

E ponto final.
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